O dia 1° de maio de 1994 ficou marcado não pelo Dia do Trabalho, mas, sim, pela curva que parou o Brasil e o mundo com a partida de Senna. O heroísmo do automobilista brasileiro ia além das pistas.
O podium do tricampeão mundial superou bandeiradas e largadas. 30 anos após a sua morte, ainda falamos dele como algo presente, atual, atemporal. E a busca por explicações segue. Mas "e se isso?", "e se aquilo?".
O brasileiro que viveu a época em que o país se reunia e parava aos domingos para vibrar pelas corridas de Ayrton Senna, ainda se indigna com o que aconteceu há 30 anos. Não se trata de uma passagem. É sobre humanidade. Algo que o "Beco" sempre cultivou.
Dia 30 de abril de 1994, um dia antes, Roland Ratzenberger enlutou a Áustria por não resistir aos ferimentos sofridos por um grave acidente durante a classificação do GP de San Marino. Antes, Rubinho Barrichello também se acidentou e iniciou a tensão em Ímola.
O sentimento de indignação tomou conta de Senna, em respeito ao conterrâneo Rubinho e ao colega Ratzenberger. Ayrton ainda assim correu, mas transtornado com tudo que havia acontecido e que ele parecia sentir que ainda aconteceria.
A curva impediu que seu amigo Galvão Bueno narrasse novamente "Ayrton Senna do Brasil", seguido do tema da vitória. O verde e amarelo ficou cinza. Hoje, apesar dos "se's", há uma certeza: a missão foi cumprida e o legado foi deixado.
O brasileiro que não viveu a época de Senna, ainda assim, nasce sabendo quem ele foi e ainda é. Entre discussões futebolísticas como "Pelé e Maradona", boa parte se une - independente da opinião em outro esporte - por Ayrton Senna da Silva. É quase unânime. Quem viu, se orgulha por ter visto. Quem não viu, aprecia histórias e se inspira.
Competidor e patriota nato. Também não escondia - pelo contrário, incentivava - o amor que tinha pelo próximo. O Instituto Ayrton Senna é a prova. Segue ajudando na educação de milhares de pessoas.