Maya troca injeções por chip hormonal e médica aponta riscos

Endocrinologista explica cuidados com terapia hormonal e destaca importância do acolhimento médico a pessoas trans


Maya Massafera - Reprodução Instagram

Maya Massafera, de 44 anos, voltou a emocionar o público ao compartilhar detalhes sobre sua jornada de transição de gênero. Em episódio recente do Reality da Maya, a influenciadora revelou que está considerando substituir as injeções hormonais por um implante subcutâneo — método conhecido como “chip hormonal”, que libera os hormônios de forma contínua por até seis meses.

“Há um mês eu não estava tomando o hormônio injetável na perna, porque não aguento mais agulha. Hoje fiz um exame e vamos avaliar a possibilidade de colocar um chip na bunda, que libera o hormônio sozinho e dura seis meses. Assim, não precisarei mais das injeções”, relatou Maya.

Além das mudanças no tratamento, a influenciadora também falou abertamente sobre as dificuldades enfrentadas no início da transição, especialmente com médicos que não estavam preparados para lidar com questões trans. “Quando comecei minha transição, antes de pedir indicações para minhas amigas trans, fui aos médicos que eu conhecia da sociedade. E acredita que a maioria não sabia como lidar com isso? Até na forma de falar, eram transfóbicos, não por maldade”, contou.


“Um deles me disse: ‘Você tem que tomar isso para parecer mulher, porque senão vai parecer travesti’. E eu respondi: ‘Não tem problema parecer travesti, porque eu sou travesti. Sou uma mulher trans’”, completou.

A exposição sincera de Maya acendeu um alerta sobre os cuidados com a terapia hormonal. Em entrevista à CARAS Brasil, a ginecologista e endocrinologista Maira Campos reforçou a necessidade de acompanhamento médico qualificado nesse processo.

“A terapia hormonal, quando bem indicada, é segura. Mas o uso sem controle pode causar desde reações dermatológicas, como as relatadas por Maya, até trombose, alterações hepáticas e efeitos psicológicos importantes”, explicou a médica.

Sobre o implante hormonal, ela acrescenta que, embora seja uma alternativa viável, exige análise individualizada.

“O chip promove uma liberação contínua dos hormônios, o que evita oscilações. Mas ele não é indicado para todo mundo. É preciso fazer exames, entender o metabolismo da paciente e acompanhar de perto. Se mal indicado, pode causar retenção de líquidos, aumento da pressão arterial e até impactos no humor”, alerta.

Durante o programa, Maya também revelou que vem tratando complicações na pele provocadas pelo uso de hormônios. “Estou fazendo um procedimento chamado line skin, para amenizar os efeitos que os hormônios causaram na minha pele. Já está melhorando!”, compartilhou.

Para Maira Campos, o depoimento da influenciadora reforça a urgência em oferecer informação segura e acolhimento médico adequado às pessoas trans.

“A transição de gênero é um processo profundo, físico e emocional. Ter acesso a profissionais capacitados e respeitosos faz toda a diferença na saúde e autoestima da paciente. Precisamos falar mais sobre isso, com responsabilidade e empatia”, conclui a especialista.

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