Um grupo de políticos democratas na Câmara dos Representantes está lançando uma campanha para afastar o empresário Elon Musk do governo de Donald Trump até o dia 30 de maio, segundo o site Axios.
Eles afirmam que os funcionários especiais do governo, designação dada a Musk, não podem atuar por mais de 130 dias no governo. Como Trump assumiu a Casa Branca em 20 de janeiro, o empresário teria, portanto, de se afastar da atual gestão até o fim do mês que vem, argumentam.
Aliado do presidente, Musk está à frente, ainda que não oficialmente, do Doge (Departamento de Eficiência Governamental), coordenando cortes de gastos públicos
De acordo com o veículo americano, ao menos 77 democratas tinham assinado uma carta pedindo o afastamento de Musk até a noite desta quarta-feira (9). “Exigimos uma declaração pública imediata do governo, deixando claro que Musk renunciará e abrirá mão de toda a autoridade de tomada de decisão, conforme exigido por lei, até 30 de maio”, diz trecho do documento, que foi enviado a Trump.
O deputado Greg Casar, eleito pelo Texas, lidera a iniciativa. “A pressão pública sobre os republicanos só vai aumentar até 30 de maio”, disse ele ao Axios.
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Trump admitiu na semana passada, pela primeira vez, que Musk deverá se afastar em breve de seu papel como conselheiro do governo. Mas o presidente não cravou uma data definitiva para sua saída e ainda afirmou que o bilionário pode ficar no cargo durante o “tempo que quiser”.
“Ele vai ficar um certo período [no governo] e depois voltar aos seus negócios em tempo integral. Mas ele está fazendo um trabalho fantástico”, disse Trump na ocasião. “Quero que Elon fique o máximo possível.”
Embora Trump tenha feito elogios ao trabalho de Musk à frente do Doge, o bilionário tem sido apontado como um ônus político ao presidente. As críticas aumentaram após o dia 1º, quando o empresário teve uma derrota simbólica em eleição para uma cadeira na Suprema Corte de Wisconsin.
A progressista Susan Crawford foi eleita para integrar o mais alto tribunal do estado na corrida judicial que foi a mais cara da história do país, com doações que chegaram a US$ 100 milhões. Ela disputou contra Brad Schimel, que teve o apoio e recebeu mais de US$ 20 milhões de Musk e pessoas ligadas a ele na campanha. A vaga estava aberta depois que a juíza Ann Bradley anunciou aposentadoria.
Musk lidera o Doge, que busca cortar gastos e enxugar a máquina pública americana. Desde que o departamento passou a atuar, funcionários públicos têm sido pressionados a se demitir, agências governamentais estão sendo fechadas, e os recursos federais para estados e ONGs foram bloqueados.