Durante a TPM, atriz desabafa sobre compulsão por doces e acende alerta sobre os efeitos metabólicos parecidos entre açúcar e bebida alcoólica
Grazi Massafera, de 42 anos, causou comoção entre seus seguidores ao fazer um desabafo sincero nos Stories do Instagram. A atriz, que já participou do Big Brother Brasil e hoje é referência em saúde e bem-estar, admitiu enfrentar dificuldades com o consumo de açúcar — especialmente durante a Tensão Pré-Menstrual (TPM). Em sua fala, Grazi chegou a comparar o vício por doces ao uso recorrente de bebidas alcoólicas.
A declaração ganhou repercussão e reacendeu um debate importante sobre alimentação, vício e saúde mental. Em entrevista à CARAS Brasil, o nutricionista Bruno Yamada fez uma análise profunda sobre a comparação feita pela atriz e alertou para os efeitos do consumo crônico dessas substâncias.
“Mas quando ela fala dos ‘danos’, provavelmente está se referindo ao consumo crônico e em excesso, e principalmente aos efeitos metabólicos e comportamentais que eles podem gerar”, esclarece Yamada, ao comentar a fala de Grazi.
Apesar de açúcar e álcool serem bioquimicamente distintos, o especialista afirma que ambos, quando ingeridos em excesso, podem causar sérios prejuízos à saúde. Entre eles, estão o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática), o aumento do risco de doenças metabólicas como obesidade e diabetes tipo 2, e até mesmo a desregulação do apetite e do comportamento alimentar.
“Então, nesse sentido, sim — ambos podem gerar consequências importantes para a saúde. E o grande problema está na banalização: o álcool é socialmente incentivado e o açúcar está presente em quase tudo, inclusive em alimentos considerados ‘inofensivos’. A ideia não é demonizar nenhum dos dois, mas entender que o consumo frequente e descontrolado pode sim trazer danos — e isso vale tanto para uma taça de vinho toda noite quanto para aquele docinho ‘inocente’ depois do almoço, todos os dias”, alertou o nutricionista.
Ainda segundo ele, o maior obstáculo está na origem do hábito: pessoas acostumadas a consumir doces com frequência tendem a desenvolver um padrão de dependência muito mais difícil de romper. “Se a pessoa já tem o hábito de consumir alimentos açucarados com frequência — muitas vezes tratando o doce quase como uma refeição — ela está muito mais condicionada a esse padrão”, explicou.
De acordo com Yamada, o açúcar ativa diretamente o sistema de recompensa cerebral, liberando dopamina e provocando sensações prazerosas que alimentam o ciclo de vício. “Outro detalhe importante é que o açúcar está escondido em muitos alimentos onde a gente nem imagina. Desde o molho da salada até aquele pão ‘integral’ do dia a dia. Então, mesmo quem tenta reduzir, às vezes continua consumindo sem perceber”, revelou.
Sobre o relato de Grazi relacionado à TPM, o especialista confirmou a conexão entre os hormônios e o aumento da compulsão por doces: “Doces, especialmente os ricos em açúcar simples, geram uma liberação rápida de serotonina e dopamina, o que dá aquela sensação de alívio, conforto, prazer imediato. É por isso que, na TPM, bate aquela vontade quase incontrolável por chocolate, bolo, brigadeiro… Além disso, tem o fator emocional envolvido: irritabilidade, cansaço, ansiedade… Tudo isso contribui para esse comportamento mais impulsivo com a comida”, finalizou.