Cigano abre o jogo sobre desafios de namorar fora de sua tradição

A cultura cigana é cercada de mistérios e tradições que atravessam séculos. Mas o influenciador Yuri Grecco, de 26 anos, decidiu quebrar paradigmas e escolher o próprio destino. Com mais de 270 mil seguidores, ele compartilha sua vida ao lado da namorada, Camila Trianda, também de 26 anos, em um relacionamento que desafia costumes enraizados.

“No primeiro date, já contei e ela sempre foi de boa. Se eu vou ficar com alguém que se incomoda com esse fato, eu prefiro nem ter nada”, revelou ele em entrevista. Mas a história de amor não foi tão simples assim. Antes de Camila, Yuri já havia apresentado uma namorada não cigana para a família, o que causou espanto e questionamentos.

A pressão para manter a tradição veio de todos os lados. “Minha mãe já tentou me apresentar duas pessoas para eu ficar noivo. Ambas eram de famílias que ela gostava, mas eu nunca quis algo arranjado. O cigano fica noivo em seis meses, é muito acelerado. Eu sabia que isso não funcionaria para mim”, revelou.

O choque cultural não se restringiu à sua família. Quando Camila foi apresentada ao universo cigano, enfrentou situações inusitadas. “A primeira vez que ela veio aqui em casa, eram duas da manhã e ela pensou que não teria ninguém acordado. Minha avó estava jantando e ainda ofereceu comida. Acho que esse foi um choque bem grande”, contou Yuri. Outra diferença marcante foi a forma de cumprimento: “Ela foi dar beijo no rosto dos homens da minha família, e eles ficaram sem saber o que fazer”.

Mas o preconceito também veio do outro lado. A família de Camila, ao descobrir que Yuri era cigano, reagiu com desconfiança. “Quando ela contou para os pais, eles falaram: ‘Toma cuidado’. Depois, quando me conheceram, foi super tranquilo, mas percebi que existia um receio inicial”, revelou.

Prestes a iniciar uma nova fase, o casal se prepara para morar junto em São Paulo. “O tradicional na nossa comunidade é que a mulher venha morar com a família do marido, mas eles entendem que Camila não é cigana, então vamos seguir o que faz sentido para nós”, disse.

Apesar das diferenças, Yuri já pensa no futuro e na possibilidade de introduzir seus filhos à cultura cigana. “Eu quero que eles tenham contato com a comunidade, mas não da mesma forma que eu tive. Quando eu era mais novo, minha família me obrigava a participar de eventos. Meus filhos vão poder escolher”.

O jovem também falou sobre a discriminação que ciganos ainda enfrentam. “O pessoal da minha idade, muitas vezes, nem sabe direito o que é ser cigano. Mas percebo que as pessoas mais velhas têm um preconceito maior. A ideia que se tem da comunidade é muito deturpada. Há valores muito bonitos, como o respeito à família e o senso de proteção entre nós”, afirmou.

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Com uma história marcada por desafios e coragem, Yuri Grecco mostra que o amor pode ultrapassar qualquer barreira, mesmo aquelas impostas pela tradição. Mas o preço dessa escolha ainda está sendo pago.

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